As lesões SLAP ocorrem na região superior do labrum, que é um tecido fibroso ao redor da glenoide. A artroscopia para fixação desta lesões já foi extremamente popular no passado, mas atualmente indica-se o tratamento conservador inicialmente, com resultados satisfatórios em grande parte dos pacientes. Na falha do tratamento conservador ou em alguns tipos específicos de SLAP, a artroscopia apresenta resultados muito satisfatórios.

O LABRUM SUPERIOR E AS LESÕES SLAP

A principal articulação do ombro, chamada de gleno-umeral,  é formada pelo encaixe de dois ossos, a cavidade glenoide e a cabeça do úmero. Ao redor da glenoide há uma borda de tecido fibroso e resistente chamado labrum. Além de ajudar na estabilização do ombro, o  labrum serve como ponto de fixação para ligamentos muito importantes do ombro, bem como um dos tendões do músculo bíceps no braço.

O termo SLAP significa Superior Labrum Anterior to Posterior. Portanto, o SLAP é uma lesão da parte superior do labrum, podendo acometer a região mais anterior (na frente) e/ou mais posterior (atrás) desta estrutura.

Essa lesão foi popularizada por Stephen Snyder, um famoso cirurgião de ombro da California. Nesta época, provavelmente houve uma supervalorização da incidência e importância desta lesão, que passou a se tornar uma das principais indicações de artroscopia de ombro no mundo. Com o tempo, verificou-se que muitas alterações antes diagnosticadas como SLAP, na verdade são adaptações fisiológicas individuais. Além disso, mesmo algumas lesões, especialmente as com características mais degenerativas, poderiam ter boa evolução com tratamento conservador.

Por outro lado, alguns tipos de lesão, especialmente as que classificadas como graus 3 e 4 por Snyder, tendem a não responder bem ao tratamento conservador e normalmente tem indicação de cirurgia. Outro fator a ser considerado na indicação do melhor tratamento é o perfil do paciente. De forma geral, a cirurgia para correção das lesões SLAP são mais recomendadas para os pacientes mais jovens e ativos.

COMO OCORREM AS LESÕES SLAP?

Diversos mecanismos de lesão já foram descritos para as lesões SLAP, incluindo traumas de alta energia, tração do membro e também  movimentos repetitivos  acima da cabeça, como em atletas arremessadores.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS E SINAIS MAIS COMUNS?

Os sintomas comuns de uma ruptura SLAP podem envolver uma dor difusa e mal definida, mas os sintomas mais característicos são a dor no extremo da elevação e rotação externa do ombro, que representa uma das mais importantes manobras diagnósticas no exame físico, descrita por Shawn O’Driscoll. Outros sintomas que podem sinalizar lesões mais graves, são a sensação de travamento ou estalo, sugerindo uma alça de labrum destacada.

QUAIS EXAMES PODEM AJUDAR?

Na suspeita de uma lesão SLAP, a ressonância magnética (RM) é o principal exame a ser solicitado, já que mostra melhor os tecidos moles internos do ombro. Apesar de não ser uma rotina em todos os casos, pode ser necessário acrescentar um contraste na articulação para melhor visualização da lesão. No caso da ressonância o contraste utilizado é o Gadolíneo, que não é a base de iodo.

QUAL O MELHOR TRATAMENTO PARA O MEU CASO?

Tratamento não cirúrgico

Atualmente, com o conhecimento e experiencia que adquirimos, na maioria dos casos, o tratamento para uma lesão SLAP não é cirúrgico.

A maioria dos pacientes responde muito bem ao tratamento com repouso, medicação anti-inflamatória e fisioterapia. A fisioterapia é iniciada com métodos mais analgésicos e os exercícios vão progressivamente sendo introduzidos conforme a dor cede. Não é um tratamento de curto prazo, então pelo menos 3 meses devem ser reservados para que o paciente tenha uma expectativa de melhora e retorno aos esportes.

Tratamento cirúrgico

Na maioria das vezes, o tratamento cirúrgico é indicado apenas na falha do tratamento conservador. A lesões do tipo 3 e 4 não costumam responder bem ao tratamento conservador e justificam a indicação de artroscopia como primeira opção de tratamento.

PROCEDIMENTOS

  • Reparo das lesões SLAP *