O tríceps é o musculo responsável por realizar o movimento de extensão do cotovelo, o que necessário para empurrarmos algum objeto ou sustentar um peso no alto. As lesões do tríceps são muito menos frequentes do que as do bíceps, mas podem ocorrer sobretudo em praticantes de atividades físicas com alta demanda. Os principais sintomas são dor e fraqueza ao estender o cotovelo contra resistência. Nas lesões parciais, inicialmente o tratamento conservador costuma ser a melhor indicação. O tratamento cirúrgico é recomendado nas rupturas completas ou na falha do tratamento conservador.

O TENDÃO DO TRÍCEPS

O musculo tríceps braquial, mais conhecido simplesmente como tríceps, tem três origens na sua região superior e uma na região distal do cotovelo. Aliás, uma curiosidade interessante é que este fato foi justamente o que deu origem ao seu nome, já que tríceps deriva das palavras em latim tri (três) + ceps (cabeças), ou seja, um músculo com três cabeças ou três origens. O músculo tríceps do braço começa no ombro, estende-se pela parte de trás do braço, cruza a articulação do cotovelo e se liga ao olécrano, na região superior da ulna.

FIGURA: Ilustração mostrando o músculo tríceps braquial (T).

Os tendões têm a função de conectar os músculos aos ossos, transmitindo a força gerada pela contração muscular e que resultará em movimento articular. Sua função principal é estender (esticar) o cotovelo para deixá-lo reto. Quando estamos com o braço para baixo, este movimento ocorre naturalmente pela ação da gravidade. No entanto, o tríceps é necessário quando precisamos realizar esse movimento contra a uma resistência, como empurrar um objeto ou levantar ou corpo com a mão apoiada no chão.  Da mesma forma,  também é necessário para vencer a  gravidade quando precisamos estender o braço para pegar um objeto numa prateleira localizada numa altura acima da cabeça.

COMO O PROBLEMA COMEÇA?

Movimentos repetitivos e / ou sobrecarga em atividades com o cotovelo podem levar a uma inflamação do tendão distal do tríceps, principalmente na prática esportiva com alta intensidade.  Quando essas inflamações se tornam persistentes, vai ocorrendo um comprometimento da estrutura do tendão, que vai ficando degenerado e mais frágil, o que chamamos de tendinose. Quando este processo persiste, o tendão passa a ter maior risco de se romper.

COMO OCORRE A LESÃO?

O mecanismo mais comum das rupturas do tríceps no cotovelo ocorre quando o cotovelo é forçado contra a resistência. Essas lesões podem ser parciais ou completas. Lesões parciais danificam a estrutura, mas não rompem completamente o tendão. Na lesão completa todo o tendão se rompe e se afasta de seu local de inserção no olecrano.

FIGURA: Ilustração mostrando a inserção distal do tríceps normal (T), com presença de ruptura (Rup) e com retração do tendão rompido (Ret).

QUEM É MAIS SUSCETÍVEL?

As lesões podem ocorrer em tendões sadios, mas muitas vezes já existe uma doença prévia do tendão, que pode ser silenciosa. Pacientes entre 30 e 50 anos tem maior risco de lesão deste tendão, especialmente do sexo masculino e com prática esportiva de elevada demanda. Fatores de risco adicionais são o tabagismo, uso de medicamentos corticosteróides  por um período prolongado ou uso de esteróides anabolizantes.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS E SINAIS MAIS COMUNS?

Nas lesões parciais, o principal sintoma é a dor na região de trás do cotovelo, que piora com movimentos de extensão do cotovelo tentando vencer alguma resistência, como empurrar um objeto por exemplo.

Uma lesão completa irá separar completamente o tendão de seu ponto de fixação no osso. Neste caso, o quadro clínico é mais dramático do que nas lesões parciais. A dor costuma ser intensa no local, além da presença edema (inchaço) e equimose (mancha roxa sob a pele) no local. Costuma haver muita fraqueza para extensão do cotovelo. Conforme a lesão se agrava, a perda de força aumenta, podendo chegar ao ponto de não vencer nem mesmo a gravidade, o que é extremamente disfuncional.

QUAIS EXAMES PODEM AJUDAR?

Na suspeita de uma lesão do tríceps, é recomendável realizar um exame de imagem que mostre diretamente o tendão. A ultrassonografia é uma opção prática e versátil, mas tem a desvantagem variar muito em qualidade de acordo com o examinador. A ressonância é o padrão ouro na avaliação das rupturas do tendão do tríceps. Além disso, mesmo quando não existe dúvida no diagnóstico clínico, o exame de imagem pode ser solicitado para avaliação do grau de retração e presença de lesões adicionais.

FIGURA: Foto de ressonância magnética mostrando o músculo tríceps (T) e uma ruptura do seu tendão (R) junto à inserção no olécrano (O).

QUAL O MELHOR TRATAMENTO PARA O MEU CASO?

Nas lesões parciais geralmente tenta-se o tratamento conservador inicialmente, sendo a cirurgia indicada nos casos de persistência dos sintomas. Já nas lesões completas, o tratamento cirúrgico é indicado na maioria das vezes.

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