As fraturas da escápula não são tão comuns, sendo mais frequentes em traumas de alta energia, como em acidentes automobilísticos. Frequentemente existem lesões associadas que merecem grande atenção, como lesões pulmonares ou TCE. Podem também ocorrer como resultado de uma luxação traumática do ombro, como no caso de fraturas do rebordo da glenoide. Nas fraturas que não atingem diretamente a articulação do ombro, o tratamento conservador é o método de escolha na maior parte das vezes. O tratamento cirúrgico costuma ser a melhor opção nas fraturas do rebordo, quando houver instabilidade do ombro. Nas fraturas mais graves e cominutivas, o tratamento cirúrgico é extremamente complexo e deve ser realizado por um cirurgião com experiência neste tipo de procedimento.
O QUE É A ESCÁPULA
A escápula (antigo omoplata) é um osso de formato triangular que se localiza na região atrás do tórax, sendo popularmente apelidado de ‘osso da asa’. A escápula se movimenta em relação ao tórax em diversos planos, o que possibilita que nosso ombro atinja uma mobilidade tão ampla, levando nosso mão a atingir inúmeras posições no espaço. Existe um especializado sistema de músculos que se inserem na escápula e coordenam esta complexa movimentação. Essa rica inserção muscular também confere uma eficiente proteção ao osso. Existem duas partes da escápula que merecem um destaque, no que diz respeito ao manejo das fraturas.
A glenóide é a parte da escápula que se articula com o úmero, sendo, portanto, uma peça chave para o funcionamento do ombro. Por esse motivo, as fraturas que acometem a superfície articular da glenóide merecem uma atenção especial. Já o acrômio, além de participar da articulação acrômio-clavicular, também merece destaque por ser a inserção muscular do músculo deltóide e por tem uma íntima relação com a cabeça umeral durante a mobilidade do ombro. Dessa forma, uma fratura do acrômio pode ter uma importante interferência no funcionamento normal do ombro.
COMO OCORREM AS FRATURAS DA ESCÁPULA?
As fraturas da escápula são mais comuns em traumas com alta energia, como num acidente automobilístico, queda de moto ou queda de uma altura significativa. Podem existir exceções em situações específicas ou quando houver maior fragilidade óssea. Quando o paciente apresenta uma fratura de escápula, é relativamente comum que apresente também outras lesões graves associadas, como outras fraturas no ombro, costelas, coluna vertebral, traumatismo craniano, lesões pulmonares, entre outras. Quando for encontrada uma fratura da escápula, é importante procurar ativamente por outras lesões associadas, especialmente quando for o caso de um acidente com alta energia.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS E SINAIS MAIS COMUNS?
A situação mais comum é que um paciente com fratura da escápula chegue diretamente na emergência após um trauma de alta energia, como um acidente automobilístico. Muitas vezes, o paciente chega com inúmeras lesões associadas, e a fratura da escápula pode eventualmente até mesmo passar despercebida.
No caso de uma fratura do rebordo da escápula, podemos nos deparar com a típica história de um paciente que sofre uma luxação traumática do ombro. Neste casos, o paciente normalmente apresenta uma instabilidade grosseira do ombro durante a tentativa de movimentação.
QUAIS EXAMES PODEM AJUDAR?
Na suspeita de fratura da escápula, a radiografia normalmente é o exame inicial para investigação diagnóstica. Geralmente a tomografia computadorizada do ombro ajuda na determinação mais precisa da gravidade da lesão.
QUAL O MELHOR TRATAMENTO PARA O MEU CASO?
Tratamento não cirúrgico
O tratamento não cirúrgico com uma tipoia simples funciona para a maioria das fraturas da escápula. A tipoia mantém seu ombro no lugar enquanto a fratura consolida. A medida que a fratura consolida e os sintomas diminuem, é iniciado o processo de reabilitação com exercícios e liberação gradual da imobilização. O tratamento fisioterápico é importante no processo de recuperação funcional, ajudando no ganho do movimento, força e função do braço.
PROCEDIMENTOS
Tratamento cirúrgico
O tratamento cirúrgico pode ser recomendado em algumas situações específicas, quando a fratura acomete a superfície articular da glenóide com desvio significativo, quando a fratura acomete e desvia o acrômio (local de inserção do músculo deltóide) ou em algumas outras situações quando o desvio for muito acentuado.