A cabeça do rádio é a parte superior deste osso, que juntamente com a ulna e o úmero compõe a articulação do cotovelo. A cabeça do rádio tem importante papel estabilizador no cotovelo, especialmente quando existe uma lesão ligamentar e/ou outras fraturas associadas. O tratamento irá variar de acordo com o desvio da fratura, lesões associadas e presença de instabilidade articular. Quando a cirurgia estiver indicada, o tratamento pode ser uma fixação da fratura, com cirurgia aberta ou artroscópica. Nos casos de uma fratura multifragmentada, o tratamento recomendado é a substituição por prótese.
A CABEÇA DO RÁDIO
Nosso cotovelo é formado por três ossos, a parte inferior do úmero (osso do braço) e a parte superior dos rádio e da ulna (ossos do antebraço). A parte do rádio que participa da articulação do cotovelo é a cabeça do rádio. Tem um papel muito importante na estabilização do cotovelo, especialmente quando existe lesão de estruturas ligamentares associadas.
QUAIS SÃO OS MECANISMOS MAIS COMUNS DE UMA FRATURA DA CABEÇA DO RÁDIO?
As fraturas da cabeça do rádio são comuns, correspondendo a cerca de 20% de todas as lesões agudas do cotovelo. Muitas luxações do cotovelo também envolvem fraturas da cabeça do rádio. Podem ocorrer com traumas de alta energia, como acidentes automobilísticos ou queda em velocidade, mas também em traumas menos graves, como uma queda da própria altura, especialmente nos mais idosos com maior fragilidade óssea.
A cabeça do rádio pode se quebrar em múltiplos fragmentos ou apresentar um traço simples de fratura. As fraturas podem não se desviar ou apresentar grande distanciamento dos fragmentos. Pode haver rompimento de ligamentos em associação à fratura, gerando instabilidade da articulação. Todos estes fatores influenciam na definição do melhor tratamento.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS E SINAIS MAIS COMUNS?
Normalmente o paciente apresenta bastante dor e restrição da mobilidade do cotovelo. Surpreendentemente, alguns pacientes podem apresentar uma fratura da cabeça do rádio com pouca dor e limitação funcional, especialmente nas fraturas sem desvio. Por outro lado, em casos com maior desvio pode haver bloqueio mecânico dos movimentos, principalmente das rotações. Outro fator crítico a ser avaliado é a presença de instabilidade articular, pois aumenta muito a gravidade. É importante também se atentar para sintomas no punho, pois pode haver conexão entre lesão no cotovelo e no punho gerando uma instabilidade vertical do rádio (Essex-Lopresti).
QUAIS EXAMES PODEM AJUDAR?
As radiografias do cotovelo nas incidências em AP e Perfil são os exames iniciais necessários na suspeita de uma fratura da cabeça do rádio.
Em qualquer situação de dúvida diagnóstica, seja para a confirmar a presença de uma fratura da cabeça do rádio ou lesões associadas, assim como na avaliação das suas características, a tomografia computadorizada é um exame extremamente útil, pois consegue dar maiores detalhes a respeito das superfícies ósseas, traços de fratura e congruencia articular.
QUAL O MELHOR TRATAMENTO PARA O MEU CASO?
O tratamento varia de acordo com inúmeros fatores. Em fraturas simples e com pouco desvio, o tratamento conservador costuma ser muito bem sucedido. Por outro lado, nos casos com desvio significativo, especialmente quando existe bloqueio de movimento, a cirurgia é a melhor conduta. Na cirurgia, dependendo da cominuição (número de fragmentos) e qualidade óssea, pode-se optar pela fixação da fratura ou substituição por uma prótese. A fixação da fratura pode ser feita pelo método tradicional aberto ou com auxilio da artroscopia, que tem as vantagens de ser um método menos invasivo, diminuindo as lesões provenientes do acesso cirúrgico, reduzindo risco de infecção e otimizando a recuperação pós-operatória. Sempre que houver instabilidade, deverá ser associado o reparo ligamentar lateral de forma eficiente. Técnicas mais modernas de reforço ligamentar, como o uso do ‘internal brace’ , tem tornado mais previsíveis os resultados dos reparos ligamentares e permitido uma reabilitação mais precoce.
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