ARTROSCOPIA DO OMBRO *

REPARO LABRAL SUPERIOR

Nas lesões SLAP o labrum superior lesionado é regularizado e fixado novamente na glenoide. Inicialmente o tecido lesionado é identificado e preparado para ser reparado. É feita uma limpeza e raspagem no local para retirada de fibrose que dificulta a cicatrização. Depois, o labrum é posicionado em local ideal e fixado novamente na glenóide com o auxílio de um número variável de âncoras, dependendo da extensão da lesão. As âncoras são pequenos implantes que se fixam ao osso e carregam fios de sutura especiais para reparo de tendões e ligamentos. As âncoras podem ser feitas  com diferentes materiais, sendo que as mais utilizadas para o reparo labral são de biocompostos ou novelo de tecido. Os fios são passados pelo tecido a ser reparado, e a fixação finalizada com um nó especial para artroscopia.

TENODESE DA CABEÇA LONGA DO BÍCEPS

Quando o tendão da cabeça longa do bíceps (que se insere justamente no labrum superior) está parciamente rompido ou degenerado, pode-se optar pela retirada do segmento doente, com mudança do seu local de inserção. Neste caso, ele é separado do labrum superior e fixado no úmero, normalmente também com a utilização de uma âncora ou outro tipo de implante de fixação.

PÓS-OPERATÓRIO

Pós-operatório imediato:

Após a cirurgia, o paciente retorna para o quarto, e na maioria das vezes, liberamos o paciente para casa ainda no mesmo dia da cirurgia após um check up de seu estado clínico. Eventualmente o paciente dorme uma noite no hospital, seja por alguma necessidade clínica ou mesmo por preferência pessoal. Muito raramente a internação se estende além deste prazo.

Alta hospitalar e retorno ao consultório para acompanhamento

No momento da alta, são prescritos analgésicos e orientações gerais para um pós-operatório mais confortável. É natural que o paciente sinta algum desconforto no local da cirurgia, mas se as orientações e medicações forem seguidas corretamente, o manejo da dor pós-operatória não será um problema.  O paciente retorna ao consultório na semana seguinte após a cirurgia, para troca de curativo. Os pontos costuma ser retirados por volta de 2 semanas.

Reabilitação pós-operatória

Com relação às atividades e reabilitação do ombro operado, dividimos o pós-operatório em 3 fases:

Fase 1 (até 1 mês pós cirurgia) –  O paciente deverá manter o braço de repouso durante este período. Recomendamos o uso de uma tipóia na maior parte do tempo, mas se o membro estiver de repouso sobre um apoio, a tipoia pode ser retirada durante alguns períodos do dia. Pode-se usar o membro para atividades cotidianas leves que não movimentem o ombro e de forma cuidadosa, como digitação e alimentação. De acordo com a situação, podem ser iniciados exercícios bem simples para que o paciente faça em casa diariamente.

Fase 2 (até completar 3 meses de cirurgia) –  O braço já é liberado para a maioria das atividades cotidianas sem peso, esforço ou movimentos bruscos. Sugerimos o uso da tipoia de forma seletiva, apenas em ambientes com riscos de traumas. Em ambientes controlados, não há necessidade de uso da tipoia. São realizados exercícios e fisioterapia para recuperação de mobilidade e força, de forma cuidadosa e progressiva.

Fase 3  (após 3 meses de cirurgia) – O paciente progride no processo de fortalecimento e finalização dos últimos graus de movimento. Gradualmente vai retornando a suas atividades profissionais e esportivas. Esportes de impacto ou com movimentos bruscos do ombro devem ser evitados por cerca de 6 meses após a cirurgia.

RESULTADOS

Os resultados desta cirurgia são muito satisfatórios, principalmente com a tendencia atual de realizar a tenodese da cabeça longa do bíceps no úmero sempre que houver uma suspeita de patologia nesta estrutura. A expectativa após esta cirurgia é o retorno às atividades cotidianas e esportivas sem restrições num período entre 4 e 6 meses.

Complicações são raras neste tipo de cirurgia. Todavia, existem  riscos inerentes de qualquer procedimento cirúrgico, como: infecção do sítio da cirurgia, falha na cicatrização, recidiva da lesão, dor persistente, complicações anestésicas, etc. Para saber detalhadamente todas as possíveis complicações cirúrgicas converse com seu médico antes do procedimento.