As fraturas da diáfise do úmero podem ocorrer em qualquer idade, havendo dois picos de incidência: jovens ativos após traumas de alta energia e idosos com fragilidade óssea e traumas de baixa energia. As indicações de cirurgia são relativas na maioria das vezes, com as vantagens de uma recuperação mais rápida e menor tempo de afastamento de atividades profissionais e esportivas. O resultado final normalmente é semelhante no tratamento conservador e cirúrgico, apesar do tratamento conservador tem a desvantagem de ser mais incômodo e apresentar maior risco de não consolidação.

O ÚMERO

O úmero é o osso do braço, que tem a função de conectar o ombro ao cotovelo. Tanto a articulação do ombro  quanto do cotovelo tem um complexo mecanismo de funcionamento para permitir a mobilidade do membro superior. A parte do meio do osso, entre o ombro e o cotovelo é chamada de diáfise do úmero. A função da diáfise, além de ligar o ombro ao cotovelo, garantindo o adequado comprimento do braço, serve de ponto de inserção para importantes estruturas musculares, como o tríceps e o braquial.

QUAIS SÃO OS MECANISMOS MAIS COMUNS DE UMA FRATURA DA DIÁFISE DO ÚMERO?

A diáfise do úmero é uma  estrutura forte e normalmente necessita de um trauma com maior energia para que seja fraturado, como um acidente automobilístico, uma queda de grande altura ou queda em velocidade. Em pacientes com maior fragilidade óssea, como no caso dos idoso, a fratura pode ocorrer com um trauma mais leve como uma queda simples da própria altura. Por vezes, mecanismos torsionais podem ocasionar uma fratura sem tanta energia mesmo em pacientes com qualidade óssea normal. Vale uma observação de que não é raro encontrarmos casos de fraturas decorrentes de brincadeiras como um disputa de ´queda de braço´.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS E SINAIS MAIS COMUNS?

As fraturas do úmero proximal costumam ser muito dolorosas inicialmente, especialmente quando se tenta mover o braço. Normalmente existe uma limitação significativa da mobilidade do braço pela presença de dor, além de crepitações ocasionadas pela movimentação dos fragmentos ósseos. Quando a fratura apresenta um desvio significativo pode haver uma deformidade aparente no braço.

QUAIS EXAMES PODEM AJUDAR?

As radiografia são exames básicos na suspeita de fraturas do úmero e normalmente já são suficientes para a identificação da fratura. Nas radiografias, o ortopedista também irá identificar a região do úmero que foi fraturada, a presença de cominuição (número de fragmentos) e grau de desvio da fratura.

Se permanecerem dúvidas sobre algum destes aspectos, especialmente quando a fratura ocorrer em região de transição com as regiões articulares,  a tomografia computadorizada auxilia bastante no diagnóstico, dando mais detalhes acerca da anatomia e posição dos fragmentos.

QUAL O MELHOR TRATAMENTO PARA O MEU CASO?

Em algumas situações podem ter indicação absoluta de tratamento cirúrgico, como no caso de fraturas expostas ou quando existe lesão de algum grande vaso sanguíneo. No entanto, na maioria das vezes a indicação cirúrgica é relativa, ou seja, existe espaço para tratamento com e sem cirurgia.

Os fraturas ocorrem com características muito distintas entre si, incluindo múltiplos fragmentos ou traços simples,  que podem ter uma direção transversa ou obliquada em relação ao eixo do osso. Tudo isso faz diferença na indicação do melhor tratamento. As fraturas com traço transverso tem menor superfície de contato ósseo e por isso uma menor chance de consolidação sem uma fixação interna. O desvio da fratura também influencia na decisão do melhor tratamento. Quanto maior o desvio, especialmente na ângulação e rotação da fratura, mais indicada é a cirurgia.

Na verdade, cada vez mais a recomendação é individualizar a indicação terapêutica de acordo com cada paciente e cada fratura. Todas a vantagens e desvantagens de cada tipo de tratamento devem ser cuidadosamente discutidas com seu ortopedista, a fim de tomar uma decisão mais apropriada para cada situação.

O tratamento sem cirurgia consiste na estabilização do braço para manutenção do posicionamento da fratura. Podem ser utilizadas talas de gesso ou órteses. A desvantagem é que o úmero é um osso difícil de se estabilizar devido à sua proximidade com o ombro. A imobilização costuma ser bastante incômoda. Por outro lado, a vantagem é evitar uma cirurgia.

A consolidação desta fratura leva em geral cerca de 3 meses, mas este é um processo contínuo e gradual. Assim, não será necessário manter a imobilização por todo este período em tempo integral. Normalmente com 6 semanas já existe estabilidade suficiente da fratura para permitir o início de exercícios domiciliares e flexibilizar o uso da imobilização.

PROCEDIMENTOS

  • Tratamento cirúrgico da fratura da diáfise do úmero *