Na bursite olecraneana ocorre inflamação da bursa que fica na parte de trás do cotovelo, normalmente após um trauma ou atrito local. As opções de tratamento não cirúrgicas tem um índice de recorrência relativamente alto e  incluem medidas anti-inflamatórias locais (como compressas de gelo), punção do líquido e infiltração com corticóide.  A cirurgia para ressecção da bursite é bastante simples e tem índice de sucesso muito elevado.

O QUE É A BURSITE OLECRANEANA?

Existem muitas bursas localizadas em todo o corpo. São ‟bolsas” muito finas formadas por um tecido semelhante ao da cápsula articular, que atuam como almofadas entre os ossos e os tecidos moles, como a pele. Elas contêm uma pequena quantidade de fluido lubrificante que permite que os tecidos moles se movam livremente sobre o osso subjacente. A bursa olecraneana está localizado na ponta óssea de trás no cotovelo (o olécrano). A bursite olecraneana ocorre quando esta bolsa fica inflamada.

COMO OCORRE A BURSITE OLECRANEANA?

A bursite olecraneana normalmente ocorre após um trauma, atrito ou apoio prolongado no local, apesar de ocasionalmente surgir sem uma aparente causa definida. Quando esta estrutura fica irritada, existe uma produção exagerada de líquido inflamatório que se acumula dentro da bolsa.  A bursite olecraneana é relativamente comum, sendo mais frequente em adultos, sem uma predileção significativa por sexo ou idade.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS E SINAIS MAIS COMUNS?

O quadro clínico costuma ser exuberante, com formação de um volume acentuado na região de trás do cotovelo. O tamanho é muito variável, mas  por vezes pode ser grande como uma laranja. Pode ou não haver dor no local. Não é raro encontrarmos pacientes com a tumoração local totalmente sem dor. No entanto, a deformidade no cotovelo costuma assustar bastante os pacientes. A bursite olecraneana é uma tumoração totalmente benigna e a princípio não deve ser motivo de preocupações. O paciente deve ficar atento quando a região ficar muito avermelhada e quente, pois pode ser sinal de infecção. Nestes casos, a abordagem é mais urgente, até apara evitar que o processo infeccioso se estenda  e  acometa a articulação.

QUAIS EXAMES PODEM AJUDAR?

O diagnóstico da bursite olecraneana é basicamente clínico, de acordo com a história e aspecto no exame físico.

Os exames de imagem são úteis principalmente para afastar diagnósticos diferenciais, como outras causas de tumoração no local, ou avaliar a presença de lesões associadas. Os métodos de imagem mais úteis são a ressonância magnética e a ultrassonografia.

Exames de sangue ou análise laboratorial do líquido colhido podem ser úteis especialmente na suspeita de um processo infeccioso.

QUAL O MELHOR TRATAMENTO PARA O MEU CASO?

Nos casos mais simples, sem presença de infecção, o tratamento inicial costuma ser mais conservador. Podem ser realizadas medidas anti-inflamatórias tanto locais,  como compressas de gelo, quanto sistêmicas, como medicação anti-inflamatória.  Também podem ser realizados procedimentos percutâneos, como a aspiração do líquido  da bursa, com ou sem injeção de corticoide associado. Estes métodos podem ser suficientes para a resolução, mas a incidência de recidiva é relativamente alta.

O método mais previsível para resolução definitiva dos sintomas é a ressecção cirúrgica. É realizada com anestesia local e uma pequena incisão local, apresentando um índice de sucesso muito elevado. Normalmente é recomendado na falha do tratamento conservador, mas pode ser uma alternativa primária quando o paciente deseja maior agilidade e previsibilidade para resolução completa do problema.

PROCEDIMENTOS