O processo coronóide se localiza na parte da frente da região superior da ulna e tem papel fundamental na estabilização do cotovelo. As fraturas do coronóide não são tão frequentes. Na maioria das vezes estão associadas a outras fraturas e/ou lesões ligamentares, consistindo em lesões graves com instabilidade articular e indicação de tratamento cirúrgico. Quando ocorrem apenas na ponta, sem instabilidade ou lesões associadas, normalmente podem ser tratadas sem cirurgia.
O PROCESSO CORONÓIDE
A ulna é um dos ossos que compõe o antebraço e juntamente com o rádio, conectam o cotovelo ao punho, participando do funcionamento das duas articulações. No cotovelo a ulna está sempre do lado de dentro do cotovelo (medial), enquanto que no punho sua posição irá depender da rotação do antebraço. A articulação entre a ulna e o úmero é a principal do cotovelo, sendo sua integridade fundamental para uma adequada função do cotovelo. A porção articular da ulna pode ser dividida em duas partes principais: o olécrano e o processo coracóide.
O processo coronóide fica localizado na frente do cotovelo e não é palpável como o olecrano na parte de trás. O processo coronóide tem participação fundamental no funcionamento normal do cotovelo, especialmente na estabilização articular. Além do encaixe com a tróclea (parte articular do úmero) que confere uma estabilidade mecânica, também serve de inserção para os principais ligamentos que estabilizam o cotovelo.
QUAIS SÃO OS MECANISMOS MAIS COMUNS DE UMA FRATURA DO PROCESSO CORONÓIDE?
As fraturas do processo coronóide são muito menos frequentes do que as do olécrano, representando cerca de 2% das fraturas no cotovelo. Normalmente não ocorre de forma isolada, havendo portanto a associação com lesões ligamentares e/ou fraturas de outros ossos no cotovelo. Está frequentemente associada a graves lesões do cotovelo, como a tríade terrível (associação com cabeça do rádio e luxação), a fratura trans-olecraneana (associação com fratura do olécrano) ou o mecanismo póstero-medial (associação com extensa lesão ligamentar). Quando acomete apenas a ponta, normalmente é uma lesão mais simples e benigna.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS E SINAIS MAIS COMUNS?
O paciente pode apresentar-se de maneiras muito distintas. Em alguns casos, o indivíduo com fratura do coronóide pode até ter pouca dor, com movimentação completa do cotovelo. Isto normalmente ocorre nas fraturas menores acometendo apena a ponta do coronóide.
Quando a fratura do coronóide faz parte de um conjunto de lesões associadas, como na tríade terrível, o quadro clínico geralmente é mais dramático, com presença de muita dor, restrição de mobilidade e instabilidade do cotovelo. É fundamental avaliar a estabilidade do cotovelo nos pacientes com fratura do processo coronóide, pois a instabilidade residual é a principal complicação após esse tipo de lesão.
QUAIS EXAMES PODEM AJUDAR?
As radiografias do cotovelo nas incidências em AP e Perfil são os exames iniciais do cotovelo após um trauma.
A tomografia computadorizada é um exame extremamente útil para a para a avaliação das fraturas do coronóide, pois consegue dar mais detalhes da fratura, permitindo uma tomada de decisão mais assertiva acerca da melhor conduta terapêutica.
QUAL O MELHOR TRATAMENTO PARA O MEU CASO?
Nas fraturas apenas da ponta do coronóide sem instabilidade articular, o tratamento de escolha é o conservador. Analgesia e uma imobilização por um curto período são suficientes nesta situação.
O tratamento cirúrgico está indicado nas fraturas acometendo um fragmento maior e sempre que houver instabilidade. A técnica cirúrgica vai depender do tipo da fratura e das lesões associadas. Nas fraturas com fragmentos grandes e boa qualidade óssea, a recomendação é a fixação com parafusos, pondendo-se associar também uma placa. Quando o coronóide se encontra muito fragmentado, a substituição com enxertia é uma ótima opção.
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